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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

terça-feira, 11 de maio de 2021

texto: "Divagações", de Erivelto Reis

     

Rio de Janeiro, 19/3/2019

        O Carnaval é o encontro de cada pequena história de tristeza e dor para que a massa as transforme num grande manifesto, através dos seus talentos, da força de sua resistência e da sua expressão de arte em alegrias semeadas no quintal dos opressores. Diante e apesar deles. Todo ano.


Rio de Janeiro, 07/3/2019

            Não se trata exatamente da obra ou da biografia de quem produz a obra. São as reflexões que a obra é capaz de produzir em quem a assiste. Não há perfeição na realidade, como não há em sua idealização. No entanto, a emoção e os sentimentos que a arte seja capaz de produzir não partem de seu autor ou mesmo de sua estética ou do momento político e histórico, embora tais elementos possam potencializar a amplitude das sensações e reflexões, mas há uma energia que a arte é capaz de criar, uma comunicação de códigos e símbolos que alcança saberes e sentidos que a racionalização didática da rotina e do utilitarismo das ocupações e dos papéis sociais que desempenhamos não conseguem repelir. Abre espaço para surgir uma espécie de eu melhor, mais puro, mais feliz, mais esperançoso e mais lúdico que a rotina às vezes adormece ou anestesia ou corrompe. Produz-se uma catarse pela dor do outro, uma empatia pela existência do outro. Uma visão de nós e do mundo para além dos instrumentos políticos de controle. Um diálogo de alma para almas. Além do tempo. Apesar do tempo. Não importa quem produziu ou sob que circunstâncias produziu, mas o que foi capaz de comunicar. Ninguém me perguntou nada. Mas é essa a esperança que me faz acreditar na arte. A esperança de que a arte me faça melhorar. Ou não me deixe ficar impassível diante da dor do outro ou para a experiência do outro.


Rio de Janeiro, 01/3/2020

Juízes
Porque náufrago é qualquer um que já se sentiu sozinho.
Com que propriedade justificas as tragédias que assolam teu irmão. É um "Mas também" surgido de uma convicção tão sombria quanto deslocada. Sombria porque se desvia do foco que é a ausência do poder público em tantos níveis que chega à desproporção entre o descaso e a pretensa culpa dos populares. (Tenho medo de certos juízes!). Deslocada porque inconveniente porque cruel - mesmo com a intenção de um afago -, porque implicitamente carrega um "Bem feito" ou um "tá reclamando de quê?", para muito, muito distante expressar uma pretensa empatia ou solidariedade. Não sejam assim. Racionalizar e relativizar são coisas diferentes. Se racionalizassem veriam a lacuna gigantesca entre tudo que se paga de imposto e o que se reverte a favor da população. A catarse provoca dúvidas, não certezas. Seja no caso de um menino executado na rua, ou de uma mulher agredida pelo marido, de um patrão que assedia um empregado, ou de pessoas vítimas de enchentes e inundações. Ajude, se puder. Não diga nada. Diga "sinto muito". O peso com que julgas esconde a tua percepção parcial do quadro todo e torna tua fala ácida. Mesmo em face de tuas melhores intenções. Encobertos, teus argumentos desmoronam.

Rio de Janeiro, 27/02/2019

            Esse governo só se faz ouvir através de inserções constantes em declarações e ações patéticas orquestradas contra os direitos. Atua com a desculpa de ser a favor da moral e contra a corrupção, recua quanto ao que de fato não se importa e avança, inexoravelmente, rumo aos seus reais propósitos. Confessa, sem dificuldade e admite delitos "menores", até incompetência, e intenções sabidamente inconsistentes. Usa essa estratégia como álibi e antídoto para os descalabros que executa e contra as críticas que recebe. Instaura uma lógica absurda: "se o volume de críticas é intenso e constante, deve ser uma mera orquestração da oposição." Divide a opinião pública, mantém seu status quo e pulveriza o foco sobre os absurdos que comete contra o povo. Não dialoga. Não explica e não recua verdadeiramente. Enquanto isso, os outros poderes comportam indivíduos que se aproveitam para aquinhoar os seus favores fazendo vista grossa ou vendendo aprovação ao governo em troca de benesses ou de não serem afetados. Quando acordarem, se acordarem... será tarde. É preciso melhorar a qualidade da oposição e a comunicação que se faz. Militância é ouvir as bases, propor uma agenda, é pé no chão, é trabalho de campo, é reconhecer a potencialidade das novas lideranças. É a cartilha básica da Vida política.



Rio de Janeiro, 24/02/2020

            Mangueira tratou o personagem principal do seu enredo com reverência teológica.(E isso vai lhe custar bastante). A crítica e as inferências às mazelas sociais verificáveis no Brasil é que verdadeiramente incomodam a determinadas pessoas. Em nenhum momento o personagem deixou de ser como se o conhece, o que pode ter injustificadamente assustado a quem não compreendeu, ou não quis compreender, é ver tal personagem revisitado em um período contemporâneo de violência, necropolítica, intolerância e abuso de poder: tal qual havia naquela época do surgimento e ascensão política da personagem. Sua mensagem e história permanecem, mas são subvertidas tantas vezes pela ganância e pela intolerância. O personagem retratado pela Mangueira não desrespeitou ninguém. Nem mesmo a cronologia de sua existência terrena foi subvertida. Foi uma ópera trágica o que a Mangueira apresentou. Qualquer afirmação diferente desse foco é exagero. Teria mais a dizer, mas a Mangueira já o disse muito bem.


Rio de Janeiro, 23/02/2020

            Tem um brasil onde todo dia é Natal, onde todo institucional requer protocolo, burocracia e eficiência, (sem valorizar os profissionais, antes, ameaçando-os com a força de mil sanções). Tem um brasil onde toda excelência é excelente, todo juiz vendido é arrogante e valente, muita gente aplaude a ameba metástica a quem elegeram presidente. Esse brasil não é país pra gente. O país dos trabalhadores, do Carnaval, do diálogo, do pluralismo e da fraternidade deve ser o nosso lugar. O país para criar os nossos filhos, para plantar os nossos sonhos. Um país que quer entender a própria história para não repetir os mesmos erros daqui pra frente. Vamos em busca dessa Pátria. Fugindo da empáfia dos genéricos obtusos superficiais generais. Esse Brasil se insinua no alarde da alegria das manifestações populares de cultura e arte. Carnaval é uma dessas. Uma festa. Entre as muitas de um país que, rico, devia ser justo com seu povo. Religioso, devia ser fraterno. Gigante, devia pertencer aos seus filhos e respeitar seus ancestrais. O Brasil que queremos e que nunca tivemos surge-nos em flashes em doses homeopáticas nos utópicos desfiles dos grandes enredos dos emblemáticos carnavais. Olho pela janela. E um menino triste vende pastilha sob a fina chuva numa esquina da vida em uma manhã infinita de um domingo de Carnaval.

Rio de Janeiro, 22/02/2020

Sou fascinado pelos desfiles das escolas de samba do Carnaval desde sempre. Por vários motivos: por entendê-los como testemunho da comoção das pessoas simples ante a obra de arte da qual fazem parte e a qual produzem; pelo potencial de reflexão crítica que são capazes de despertar, pela estética alcançada ou pretendida no contexto das linguagens de que se compõem e seus entrelaçamentos e combinações e pela grandeza do mistério tornado explícito às consciências e corações.


Rio de Janeiro, 16/02/2020

        Sem justiça social não se pode falar em meritocracia. É uma afronta, uma estupidez, quase um escárnio, que os obtusos se baseiem na isolada, controlada e rarefeita superação de mínimos paradigmas que sejam, como parâmetros que desabilitem e exemplifiquem a ruptura das inúmeras camadas, das inúmeras redes de desigualdade historicamente constituídas e contra as quais os cidadãos e cidadãs, especialmente os oriundos das classes trabalhadoras, se debatem todos os dias, desde que são concebidos, até o dia de sua morte. Em suma, a elite não pode falar em meritocracia quando o que a torna elite é um sistema de desigualdade e exploração permitido pelos 3 poderes. O trabalhador não pode falar em meritocracia pois, quando muito, tem momentos de superação que o colocarão num entrelugar na sociedade: estranho à elite, estranho aos seus. Conquanto não haja certeza da contínua evolução e manutenção do status alcançado, sequer reconhecimento real; nem um sistema político, social e econômico que permita e garanta a ascensão majoritária das classes trabalhadoras nem assegure, de fato, condições para a sua qualidade de vida. A escola e as mínimas garantias trabalhistas seriam as unidades mínimas para a produção de justiça social e infelizmente vêm sofrendo ataques violentíssimos.

Rio de Janeiro, 12/02/2020

        O trabalhador está na berlinda. Nenhum trabalhador, isoladamente, poderá fazer frente ao poderio que representa o capital, o empregador, o patrão. Não há negociação, há uma imposição, seja pela necessidade de sobrevivência, pelo medo da sucessão decadente de patrões ainda piores e pela certeza, cada vez maior, de que os políticos que deveriam proteger os trabalhadores e trabalhadoras, em muitos casos, estão em conluio, negociação ou são apadrinhados pelas grandes corporações, que, via de regra, acabam ditando o ritmo do mercado. Defender os trabalhadores deveria ser a prioridade de qualquer governo eleito por maioria de votos num sistema democrático, a não ser que: a) fosse eleito com base em manipulações e distorções das mais estapafúrdias; b) estivesse mancomunado para entregar o mercado e as reservas para o domínio de políticas empresariais e institucionais estrangeiras; c) não houvesse nenhum outro propósito do que autoafirmação particular e dos seus asseclas e chegados. Nenhuma das opções se encaixa no padrão das políticas adotadas pelos países democráticos desenvolvidos para proteger os seus trabalhadores e gerar divisas.

            Não é o emprego do funcionário público que será redirecionado para você, que pensa que sua extinção propiciará a abertura do mercado e sua absorção por ele. Mas é a extinção dos serviços públicos e o loteamento, através de terceirizações, dos equipamentos públicos de saúde e educação, por exemplo, que produzirá um achatamento de tal forma que a miséria, a inflação e a corrupção se alastrarão de forma ainda mais vertiginosa. Sem o fortalecimento dos sindicatos, sem uma justiça trabalhista imparcial, sem um sistema político idôneo...Estamos perdidos. Há uma marcha em curso. E ela não nos conduzirá para um bom lugar. Não posso dizer: "nos conduzirá à terra prometida", como sinônimo de fartura, redenção e bonança, porque a terra que foi prometida foi esta que aí se instaura: violência, sarcasmo como forma de fazer política, desapreço por trabalhadores e trabalhadoras, pela educação e pela soberania social, cultural e econômica de nosso país.


Rio de Janeiro, 30/01/2019

Os déspotas
Erivelto Reis
Os déspotas têm um ódio secreto da própria ignorância. Ela revela a pequenez de sua ética e a vastidão de seu ego. Sua aversão à pluralidade de ideias é o estopim para suas ações truculentas. Os déspotas têm ódio dos que percebem a ignorância que eles têm. Por isso aproveitam-se daqueles que ainda não a percebem. E decidem eliminar os que se colocam contra eles e o que sua ignorância representa em mortes e retrocesso para a sociedade. Usar o poder por não ter mais nada que usar é a recreação de sua ira. Os tiranos veem o tirano no espelho todas as manhãs. Almoçam com ele. Sabem da podridão de seu hálito. E têm pesadelos nos quais pagam pelo mal que fizeram. E isso os enfurece ainda mais. Têm medo que o poder acabe e só lhes reste a ignorância... Têm ódio, mas não têm vergonha.


Rio de Janeiro, 30/01/2019

(H Dois Ó)Boiando
Erivelto Reis
Não és químico,
És lodo,
És louco,
És limo...
Às exímio
Em tolices, desmandos,
Apadrinhamentos
E violências
De grosso calibre.
Não és químico,
És igual a tua água
Que fede e contamina
Com tua necropolítica,
Contra a qual
O voto consciente será a única vacina.
Respondas direito,
De forma decente e digna
Sem sarcasmos, arrogâncias e ironias!
Peça desculpas aos teus concidadãos!
Não és químico,
És incompetente.
Estás boiando...
Sejas mais humilde, Governador.
Teu pastiche já passa.
Tuas palavras são dejetos
Contra as quais
Nem carvão ativado vos basta.


Rio de Janeiro, 29/01/2019

    A qualquer tempo, especialmente em tempos de crise, uma educação pública de qualidade e a certeza de que a Universidade Pública está acessível, que é democrática e pautada no diálogo com o conhecimento, em nome da soberania do seu país e da garantia do desenvolvimento pleno das potencialidades de cada indivíduo, são como um lume, um farol na vida de qualquer trabalhador ou trabalhadora. Seja pra educar seus filhos, seja para transformar a própria vida, a de sua família e da sociedade de uma maneira geral.


Rio de Janeiro, 29/01/2019

    Países desenvolvidos investem verdadeiramente na educação. Respeitam seus professores e professoras e demais profissionais ligados à educação. Os gestores públicos entendem que a educação é responsável pela soberania do país, pela qualidade de vida das pessoas, por sua independência, por sua plenitude como cidadãs. Assim, debatem com profissionais e confiam secretarias municipais e estaduais e o ministério da educação a profissionais comprometidos com a defesa da liberdade da sociedade. A gestão das escolas e universidades é feita por profissionais surgidos no espaço da própria escola ou universidade, eleitos pela comunidade acadêmica e pelo conjunto de profissionais de cada unidade, em consonância com alunos, funcionários e a própria comunidade - para gerir em favor do aluno, da escola, da universidade, da comunidade e não com interesses mercantilistas impronunciáveis. Veja como seu representante político ou pessoas por ele indicadas referem-se à educação e aos educadores.
    Procure ler o que publicaram, se já debateram com especialistas na área da educação. Busque vídeos em congressos de educação, rodas de conversa, debates no youtube, TV escola, TV senado, comissões de educação de municípios, estado e na câmara e no senado federal. Veja se quem fala de educação é ou foi profissional da educação, se já discutiu com educadores e educadoras as suas propostas. Projetos excludentes, mercantilistas não vão beneficiar a sociedade. Vá à escola de seus filhos, converse com a direção, coordenação, professores e professoras. Não delegue a ninguém a responsabilidade pela educação de seus filhos, especialmente a pessoas que não respeitam professores e professoras e/ou não conhecem a realidade da escola. Reflita. É o futuro do país que está em jogo.


Rio de Janeiro, 23/01/2020

        Horrenda é a atração magnética entre os fascistas e o poder. Não há nenhuma outra forma para disfarçar (e nem eles pretendem) a brutalidade de seus intentos e o desprezo que possuem pelos que não frequentem seus restritos círculos de poder, cabotinismo e bajulação. Rechaçar é necessário o tempo todo. Fascistas mesclam bobagens superficiais e sem fundamento, populismo, pretensa defesa da moralidade e da nacionalidade com ameaças e perseguição. Escolhem seus alvos e contra eles se lançam ferozmente como uma matilha de lobos famintos e selvagens. São uma malta. Entre querer o poder e tê-lo fazem pactos com Deus e o diabo, supondo que o primeiro não os atinja e sabendo que o segundo os habita.


        Rio de Janeiro, 02/11/2019

    Hoje é um dia de descobrir saudades. Não apenas das pessoas, dos acontecimentos, da presença... pode ser a luz do dia, um som ao longe, um jeito do vento mover as folhas nas árvores... em tudo é possível descobrir novas saudades daqueles a quem amamos. A ideia de que fomos forjados no convívio, no amor e nos exemplos é uma redescoberta de nós mesmos até para aqueles que tenham os corações mais aparentemente empedernidos. A memória ama mais do que a imaginação. A saudade é uma forma de paixão que reacende com a falta.

   Rio de Janeiro, 01/11/2019

    É sombrio o futuro que se desenha para o país. Sequestraram direitos, mantêm a escola e a Universidade sob constantes ataques e desestabilizam todo o serviço público -relacionando-se aí educação, saúde e segurança, principalmente - com a asfixia ao funcionalismo e assédio moral institucionalizado. Testam os limites de nossas instituições, que poderiam zelar por nossa democracia, com homenagens a torturadores e ameaças de realização de Atos Intitucionais da magnitude perversa das mais graves afrontas aos direitos humanos fundamentais, ao longo do século XX, como o que ocorreu após o AI-5 no Brasil. Nenhum deles é burro ou estúpido. São uma empresa organizada operando em todos os setores para cooptar, pela ameaça e pela promessa de dividendos econômicos futuros, novos aliados. Não vão corromper além do que já corromperam até chegar ao poder. Vão operar - já estão operando- para subverter, eliminar leis que sustentem garantias fundamentais e esfacelar dispositivos que garantam mesmo a mínima autonomia das classes trabalhadoras.
    Os empresários das grandes corporações multinacionais, as poucas famílias que comandam bancos, comunicações e sistema produtivo no Brasil querem o quinhão de investimento destinado à Educação, à saúde e à segurança, pois a obrigação constitucional de que o governo seja responsável por essas áreas faz com que este se torne um concorrente ao negócio, principalmente se for um governo a favor do povo e da democracia. A seguridade social, o sistema trabalhista e de emprego e as aposentadorias já foram transferidas. Médio e longo prazo confirmarão essa fase do projeto, se nada for feito. Próximo passo? O caos.

   Rio de Janeiro, 25/11/2016

    Nenhuma reforma que deixe os meninos e meninas pobres sem oportunidade e acesso a uma educação de qualidade é séria. Se não oferecem o que propõem aos filhos da elite, desconfie. Dos livros didáticos, à grade, passando pelo currículo e tempos necessários às discussões em cada disciplina, até chegar às condições de trabalho e valorização da profissão do professor, é hora de questionar. As famílias têm de vir pro debate. Devem pensar seriamente no que é a escola. Se para a elite o investimento na educação dos filhos é fundamental, não vão os trabalhadores e trabalhadoras permitir o desmantelamento da escola em propostas sem embasamento ou discussão com todos os segmentos da sociedade. Tem de debater. Pais, professores, pedagogos, acadêmicos e especialistas. A escola pública de qualidade é uma questão de soberania. Basta de politizar a não-aula.
   
Rio de Janeiro, 22/9/2019
    Clarice acaricia com a clareza oblíqua de um amor sem objeto. Sua lição aí está.


Rio de Janeiro, 21/9/2018

Museu nacional: eis aqui uma réplica de cera, em tamanho natural, de um professor que jamais fora agredido... Alunos se espantam. Uma fagulha alcança a cortina. (Fecha o pano).

Rio de Janeiro, 18/9/2019

Íntimo
Erivelto Reis
Para o poeta Felipe Santos
Íntimo
é um espelho oposto,
é o sentido do gosto,
Narciso à beira do lago,
Ego precisando de afago,
Simetria, sinestesia, amparo...
Íntimo é o segredo, o silêncio,
a poesia,
o amor bem disposto,
a saudade e a tristeza, a contragosto,
as contradições, os predicados e o aposto,
Íntimo é um deus sem fúria e sem rosto,
Determinada pergunta...
Tudo que quanto mais se cala, nega e oculta e
Tanto mais se vê exposto.

Rio de Janeiro, 14/4/2019
A poesia é uma tatuagem de palavras na alma.

Rio de Janeiro, 28/7/2019
Amar é um calendário de esperanças em dias de afetos e espaços de superação. Quem por amar se engane, considere parte de um aprendizado de amor. Há uma sucessão de oportunidades para amar esperando na via-crucis de nossos dias.








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