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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

terça-feira, 11 de maio de 2021

Texto: "Sobre a máquina de propaganda", de Erivelto Reis

             Existe uma máquina de produção de propaganda governista paralela (embora alinhadíssima) com os interesses do chefe do governo federal. (Essa máquina produz e veicula conteúdo ainda mais ácido do que aquele já contundente associado e produzido diretamente pelas figuras centrais do poder na atual conjuntura). Essa máquina é capaz de difundir fake news, "respostas", mobilizar focos de ataque e eleger inimigos a serem combatidos. Da mesma forma, produz material de autoelogio para o presidente, seus correligionários, apoiadores e amigos. Difunde as ideias a favor do governo e de seus interesses em uma linguagem emulatória do que (imaginam) um popular poderia formular como discurso e como ideia próprios. São peças de propaganda para grupos de whatsapp e demais redes sociais, áudios (muitos deles textos radiofônicos escritos pra produzir efeitos).

            A veiculação de tais materiais pulveriza, dissemina e potencializa os discursos sobre as ações e as prioridades do governo sem culpabilizá-lo pela irracionalidade e pelo teor daquilo que é propagado, não obstante defenda diretamente os interesses do governo e tente legitimar e fazer eco com seus pronunciamentos oficiais e suas ações. Trata-se de ferramenta poderosa de propaganda política de fragmentação da oposição e de aglutinação de uma resistência baseada em informações, algumas delas inverídicas ou manipuladas.

            Disfarça-se das mais variadas situações: dois amigos conversando, ironias, ataques diretos, exortações ao presidente, uma oração, um chamado ao apoio direto, notícias reais deslocadas de seu contexto, peças imagéticas produzidas como propaganda etc. Opera em diversos níveis, desde de o convencimento, passando à manutenção, a formação (discursos pretensamente mais brandos) até chegarem à conclamação de conflitos e enfrentamentos e aos ataques específicos a determinadas figuras e ou segmentos da sociedade.

            São robôs, perfis falsos, e linhas editoriais específicas atuando simultaneamente sob o endosso de ministros, de empresários e de políticos eleitos de vereadores a senadores, passando por pretensos e possíveis candidatos desejos de identificação, replicação e emulação dos discursos, visando a uma espécie de reconhecimento com a vigência do segmento que mantém essa máquina em movimento 24 horas por dia em diversos segmentos desde a propaganda institucional em canais de tv aberta, peças publicitárias, contratos e acordos. Os disparos são organizados, obedecem a cronogramas e a aparente confusão, os frequentes recuos igualmente obedecem a um roteiro de desmobilização de oposição.

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