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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

terça-feira, 11 de maio de 2021

Texto: "A páscoa dos endinheirados", de Erivelto Reis

 

    Os muito ricos nesse país sabem que no avesso do tecido de suas narrativas encontram-se a desigualdade e injustiça social que os mantém ricos... não é aceitável que em uma indústria, por exemplo, um parafuso de uma máquina possa merecer mais rotinas de apoio e cuidado do que uma mãe de família trabalhadora nessa mesma fábrica. Não pode o professor ou professora dos filhos dessa trabalhadora ser menos valorizado do que esse parafuso. Cada trabalhador ou trabalhadora que chega ao seu posto de trabalho, diariamente, depois de passar por duas ou três horas de humilhação e desconforto nos transportes públicos, consentidos pelo Estado e pelos empresários do setor de transportes, e que consegue encontrar equilíbrio para executar suas tarefas é um bônus que se paga ao empresariado e ao governo pela exploração, é parte desse Teatro de horror. Que não haja ainda um levante contra tais injustiças, os banqueiros, as elites e o sistema tributário e de organização política nesse país é um mistério, em parte, ainda inexplicável. Talvez a minha geração não veja essa revolução, esse levante... Mas ela não tardará. Tal qual uma Páscoa inexorável e tardia.

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