Os muito ricos nesse país sabem que no avesso
do tecido de suas narrativas encontram-se a desigualdade e injustiça social que
os mantém ricos... não é aceitável que em uma indústria, por exemplo, um
parafuso de uma máquina possa merecer mais rotinas de apoio e cuidado do que
uma mãe de família trabalhadora nessa mesma fábrica. Não pode o professor ou
professora dos filhos dessa trabalhadora ser menos valorizado do que esse
parafuso. Cada trabalhador ou trabalhadora que chega ao seu posto de trabalho,
diariamente, depois de passar por duas ou três horas de humilhação e
desconforto nos transportes públicos, consentidos pelo Estado e pelos
empresários do setor de transportes, e que consegue encontrar equilíbrio para
executar suas tarefas é um bônus que se paga ao empresariado e ao governo pela
exploração, é parte desse Teatro de horror. Que não haja ainda um levante
contra tais injustiças, os banqueiros, as elites e o sistema tributário e de
organização política nesse país é um mistério, em parte, ainda inexplicável.
Talvez a minha geração não veja essa revolução, esse levante... Mas ela não
tardará. Tal qual uma Páscoa inexorável e tardia.
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