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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Poema: "Cicatriz", de Erivelto Reis

 

CICATRIZ

Erivelto Reis

 

Não se prenda, amor,

Por necessidade.

Que amor é prenda,

Não é caridade.

E na precariedade do tempo,

Que mal compreendemos,

(Amando ou não)

Deve haver registro

De amor vivido

Em algum lugar da eternidade.

 

Não se prenda, amor,

Viva a sua liberdade!

Pois que é difícil suportar saudade...

Deve ser impossível

Amar sem carinho,

Só por comodidade.

Permanecer amando

Confronta qualquer vaidade,

Quando há só fantasmas

De uma história de fracassos

Em carícias e diálogos.

 

Não se prenda, amor,

Por compaixão, costume

Ou medo de qualquer solidão.

Em alguma parte alguma:

Em caminho, senda ou vereda,

Ao que é só cinza, já não labareda!

Viver sem amor ao lado do ser desamado

É água jorrando pra longe da nossa sede

Maré rasa, lua minguante,

Olhar o horizonte e só enxergar parede...

A vida ainda pulsa,

Mas não se prenda,

Amor é oferenda.

Quando cessa, dói,

Mas a ferida cicatriza 

E, às vezes, cura.

 

 

 

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