Sonetilho das Estátuas
Erivelto Reis
Expostas em seus gozos e esgares seculares,
Erigidas sobre pedestais, platôs ou bases...
Destacam-se, preenchendo as lacunares
Interrogações sobre ódio e amor fugazes.
Suas formas são exemplos modulares,
Motivadas por hagiografias e memória,
Do talento criativo dos tenazes,
Que, inexorável, eclode da História.
A forçar em nós o ato mnemônico,
Desde sobre um crédulo cavaleiro anônimo
Ou uma dama que viveu no século XI
Estátuas são genealógica árvore
A demonstrar, talvez, que para um amor em mármore,
Só resta mesmo um coração em bronze.
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